sábado, 31 de janeiro de 2015

A MORTE DA TROIKA

A Grécia dá um pontapé na austeridade. 
O que se segue?



A conferência de imprensa estava prestes a terminar quando o ministro das finanças grego Yanis Varoufakis, largou a ultima bomba…



” NÃO FAZEMOS TENÇÃO DE COOPERAR COM A TROIKA”



Depois de concluir com um "Obrigado" Varoufakis dá a palavra ao chefe do euro-grupo Jeroen Dijsselbloem,

que quer ouvir a tradução em primeiro lugar. Depois de o fazer, ele retira os fones de ouvido, levanta-se e sai. Mas um aperto de mão forçado e agitado atrasa a partida do ministro holandês das finanças.

PS1. Eu tenho que ressalvar que não importando as consequências, muitos gregos - e também muitos estrangeiros – aplaudiram Varoufakis por rejeitar a Troika após 5 anos de humilhações, 5 anos a ver os “nossos” funcionários do governo a dizer SIM e AMEN a todos os ditames da Troika.


PS2. Parabéns. Portugal comporta-se como uma nação de obedientes alunos do secundário. Os "guerreiros" Gregos são o futuro da liberdade e da democracia.


PS3. É caso para perguntar: Onde estavas tu Pedro Passos Coelho, quando a troika foi morta?


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Desde os sec XVIII e XIX quando surgiram os estados-nação modernos, a criação do euro foi, talvez, a primeira experiência significativa nos tempos modernos, em que houve uma tentativa de separar o dinheiro do estado - isto é, desnacionalizar a moeda, como alguns ideólogos de direita e fundadores do neoliberalismo moderno (como Friedrich von Hayek) tinham defendido.

O que a crise da Zona Euro nos ensina é que essa percepção de como o sistema monetário funciona é completamente errada, porque, em tempos de crise, o Estado democrático deve ser capaz de gastar dinheiro, a fim de cumprir as suas obrigações para com os seus cidadãos.

A desnacionalização ou "supra-nacionalização" do dinheiro como o estabelecido na zona do euro retirou aos governos nacionais eleitos a capacidade de gerir significativamente as suas economias.

A não ser que os governos da zona euro estejam dispostos a renegociar um controle significativo e a ter acesso ao dinheiro através dos seus próprios bancos centrais, o sistema será continuamente atormentado pela crise e, provavelmente, vai entrar em colapso.

Alguns países, como Itália, Espanha, Portugal, e talvez até mesmo a França, estão a aproximar-se das condições económicas que puseram a Grécia em dificuldades.

Será que as eleições na Grécia que deram a vitória ao governo Syriza, terá impacto nesses países? Como será que esses governos se vão relacionar com a Alemanha agora?

Eu acredito que isso vai dar um enorme impulso aos partidos anti-austeridade, especialmente no sul da Europa, Países que estão numa situação semelhante à da Grécia. Isso vai aumentar a pressão sobre a Alemanha para se retrair. Mas também vai impulsionar o apoio dos partidos da direita anti-euro nacionalistas, como por exemplo em França.

Se todos esses partidos conseguirem alcançar o poder, pode muito bem ser que os países da zona euro estabeleçam formas para que os países tenham mais latitude na tomada de medidas com o fito de estabilizar as suas economias.

Se alguns dos partidos de direita chegarem ao poder, como a Frente Nacional em França, isso pode significar o fim do euro. A saída dum país como a França da zona do euro pode levar a realinhamentos cambiais a um nível regional, sem chance alguma para a sobrevivência de toda a zona Euro como um bloco.

Fontes:


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