quinta-feira, 28 de novembro de 2013

NOVO 2º ADVENTO

"JESUS ainda anda por aí, para nos julgar.
Continua Pendurado por cima das camas, em crucifixos de madeira, do cimo das quais assiste a tristes Pais e Mães a fornicarem e a fazerem mais tristes Filhos e Filhas.



É o segundo ADVENTO em directo nos televisores dos lares de todo o mundo, transmitido do Fim dos Tempos com o alto patrocínio de um banco qualquer.


 a ordem criminosa do mundo


Que pena não acreditar
 na toda poderosa FINANÇA, nem em jesus.

É triste não ter um Deus para acreditar, podia ser tudo tão épico, podia encarar a crise como uma cruzada, algo sagrado, uma guerra santa, nunca me fez tanta falta acreditar em algo.


Se Calhar está na hora de começar.


 Só por isto, por este pensamento devo 

mais que a minha vida aos BANCOS.
Devo-lhes a minha FÉ FUTURA,
 mesmo sem FÉ NO FUTURO.

Deus inventou o Livre Arbítrio para se escusar às Responsabilidades.

O Homem criou o Destino para escusar-se do ESFORÇO.





Aí reside a nossa semelhança com o Divino"


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Excerto retirado do livro de Filipe Homem Fonseca



 Excelente Literatura Nacional




Recomendo este livro a todos aqueles que perderam a esperança de poder olhar  Portugal como um País DECENTE.


domingo, 24 de novembro de 2013

Blade Runner - O Retorno em animação

BLADE RUNNER REMADE AS 12,000-WATERCOLOR ANIMATION

Esta animação é composta por 12 597 aguarelas, pintadas à mão, cada uma tem aproximadamente 3x1,5 cm de tamanho. Todas juntas, formam os 35 minutos da longa paráfrase ao filme Blade Runner (1982) de Ridley Scott.

"Blade Runner – A Edição Aguarela" segue o enredo do filme original, mas o autor tomou a liberdade de mudar um monte de coisas.


“Nunca foi minha intenção fazer uma versão exacta do filme, que não iria trazer nada de novo. Em vez disso, eu queria criar algo diferente e nunca antes visto – o resultado foi O Aquarelle Edition"



Por detrás deste Blade Runner, está o Hercúleo trabalho de Anders Ramsell, o artista sueco a quem se deve este remake animado em forma de curta-metragem, (uma paráfrase nas suas palavras) da obra-prima de sci-fi.

Tudo aqui voa num remoinho impressionista, mas os pequenos detalhes ainda assim encontram uma maneira de sobressair. Quando as personagens falam, os seus rostos movem-se com expressão. Quando Deckard entrevista Rachael no teste e ela fuma um cigarro, uma coluna ascendente de fumo passa-lhe em frente ao rosto, tal como acontece no filme.

É brilhante e maravilhoso.


Não deixes de assistir pois vale mesmo a pena.

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poderá também gostar de:

2001 Odisseia no espaço

domingo, 10 de novembro de 2013

Alone Together



Sós


Um livro recente, da psicóloga Sherry Turkle, tem o sugestivo nome


"Alone Together: Why We Expect More from Technology and Less from Each Other".

Sherry Turkle


É um livro que chama a atenção para um paradoxo que já me tinha dado conta: nunca tivemos tantos e tão ricos meios de comunicação e no entanto nunca vivemos tão sós.

Começo por admitir que sou eu  próprio, um ciberfanático com dezenas de contas em redes sociais e que vivo imerso em tecnologia quase 24h por dia.

Mas há qualquer coisa errada com a tecnologia. Ou melhor, com a forma como a tecnologia está a transformar radicalmente as pessoas e sua socialização.



Era suposto a tecnologia melhorar o mundo e a sociedade. E em muitos aspectos isso aconteceu e continua a acontecer a uma velocidade vertiginosa.


Mas não tenho tanta certeza que a tecnologia nos tenha tornado melhores pessoas e em sociedades melhores (o que seja que isso significa).




É o lado humano da questão que me preocupa.

Um dia observei algo que me fez repensar a minha perspectiva da tecnologia e o seu efeito nas pessoas.

Numa sala com vários adolescentes, vi-os a olhar a cada 20 segundos para o seu telemóvel ou smartphones (talvez enviando tweets, emails, SMS ou a "checkar" o status do Facebook).

Nem foi tanto isso que me surpreendeu, mas o silêncio de cortar à faca que se fazia sentir. Aquele cenário fez-me calafrios, como se estivesse num filme de terror em que os jovens à minha frente fossem todos reféns de uma força obscura maligna que quisesse dominar o mundo.

Aparentemente, pelo menos na sua perspectiva, eles estavam a socializar-se: a partilhar o seu status no Facebook, a enviar fotos para o Instagram, a enviar talvez um SMS ao amigo ao lado a dizer o quanto se estava a divertir.

Mas eu não os via assim. Eu via-os sós, completamente sós.



Há várias formas de solidão, e considero até que a solidão é não só saudável como indispensável para uma adequada socialização. Uma solidão que nos faça reflectir nos nossos valores e atitudes. Uma solidão incomodativa que questione as nossas crenças e incorpore os outros na nossa perspectiva.

Mas aquela não era esse tipo de solidão. Era uma solidão produzida pelo medo de estarem sós. A solidão do pior tipo e um completo paradoxo. Eles não queriam estar fora da "onda", fora das redes sociais, fora da enxurrada de SMS sem sentido e totalmente vazios de conteúdo. Eles queriam estar lá onde "se passava a acção". E estavam.

Só que ao estar "lá" não estavam "cá".