sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O DESMORONAMENTO DA TORRE EUROPA
















O desmoronamento do edifício Europa. A Grécia é o ponto de desequilíbrio


e hoje pode ser o DIA D para a UE

Os sonhos dos arquitectos originais que pensaram que poderiam construir uma utopia pan-europeia poderão muito bem em breve serem abalados pela hipotética e muito próxima saída da Grécia.

Em poucos dias, as primeiras brechas no Euro serão abertas e em seguida assistiremos à derrocada que fará ruir todo o sistema construído.


Quiseram construir uma torre muito alta em direcção às nuvens, para alcançar o céu…

O nascimento da União Europeia e depois o do Euro foram o culminar de muitos e grandiosos sonhos de professores, pensadores, políticos e outros tecnocratas.

Foi um grandioso projecto, que uniu inúmeras culturas, raças e povos sob uma única bandeira.

Os órgãos representativos foram pensados para se subordinarem ao o domínio do parlamento central unificado, para uma nova era da história da Europa se desenrolar.

As antigas moedas são deixadas para trás, lira, marco, franco, são agora apenas remanescentes históricos dum tempo que passou, quando as guerras se alastraram por toda a Europa e os nacionalismos conduziam a política.

A Europa estava ansiosa por deixar para trás os acontecimentos sangrentos do século XX

Duas guerras mundiais quase destruíram todo o continente e as cicatrizes ainda hoje são profundas e sentidas, ocupando ainda um lugar de destaque.

... as pessoas estavam unidas e unificadas, nada era impossível para elas

Os últimos 50 anos da história da Europa Ocidental foram o sonho dos arquitectos originais, uma nova página em branco na qual uma nova Europa foi redesenhada.

Os Interesse e os poderes bélicos foram desviadas das estratégias militares para os objectivos económicos. A Alemanha foi reconstruída para se tornar no grande motor (poder) fabril que é hoje. França, Itália, Espanha há várias décadas que registavam todos os anos crescimento.

A partir dos destroços da guerra, nasceu uma nova era de poderio europeu.

O orgulho desses arquitectos culminou na criação da União Europeia e do Euro.

Era o exemplo brilhante do que a cooperação entre os Estados-nação poderia alcançar.

Agora, quase 22 anos depois da introdução do Euro no tratado Masstricht todo o sistema está à beira do colapso.


Bruxelas e o BCE estão a esforçar-se para tentar desfazer anos de acordos corruptos que despojaram a Grécia da sua dignidade e que puseram no governo a esquerda do Syriza e os emergentes partidos de direita Aurora Dourada.

Ambos proclamaram que não se sujeitarão às políticas dos canibais da Troika por mais tempo.

O sonho duma Europa unificada está na corda bamba e só restam poucos dias para salvá-lo



A causas das feridas abertas na Grécia (são basicamente as mesmas que para Portugal) Corrupção do poder, dinheiro mal distribuído e grupos de pressão de influência muito poderosos 

As instituições da UE e do BCE foram edificadas sobre altos ideais, mas as pessoas que exercem os cargos são animais políticos cujo principal empenho e lealdade está sempre para com as corporações, os mais ricos e tentam minimizar o aspecto bem real e explosivo da dívida soberana.

Os políticos vivem para ser reeleitos e para isso eles têm de manter a sua base constituinte satisfeita

Assim, foram pródigos em subsídios, empréstimos e subvenções em números cada vez mais elevado para atrair um público complacente que retribuía com o seu voto a quem lhes  providenciasse mais.

Ao fazerem isso, eles deixaram o país na ruína económica, incapaz de fornecer aos seus próprios cidadãos empregos e oportunidades

Numa economia de mercado não unificado, as taxas de câmbio castigam os governos que gastam em excesso o que os leva a imprimir quantidades incalculáveis ​​de dinheiro.

Então, a desvalorização da moeda leva ao aumento dos preços dos alimentos e de outros serviços básicos, em especial as importações.

Quando os preços atingem níveis exuberantes, as revoluções tendem a varrer as elites corruptas e um novo sistema pode então ser elaborado.

É o caso da Grécia, que nunca será capaz de pagar as suas dívidas segundo os acordos actuais. Os seus cidadãos vão morrer de fome muito antes de poderem pagar as dívidas que realmente são impagáveis.

A dívida actual da UE é de cerca de 12 triliões de €, com a parte grega a atingir os 300 biliões de €. 


O Mundo está a enfrentar uma crise de Divida Soberana e a Europa está no epicentro.

Neste momento as nações mais industrializadas do mundo, somam uma divida de 55 TRILIÕES

Os comentários recentes de ministro das finanças Grego Yanis Varoufakis foram desconfortavelmente verdadeiros quando disse que o seu país está "insolvente" e "na falência." 


Ele está correcto na sua análise de que o castelo de cartas sobre o qual o Euro foi construído pode facilmente desabar se houver um país que seja expulso ou que se decida a retirar-se. 

O CASO DA GRÉCIA


O montante da dívida grega não é devido pela sua população, mas o que os credores da Europa, a toda-poderosa Troika, declararam é que não haverá lugar a negociações.

Por isso, Alexis Tsipras exigiu à Troika que oiça a vontade do seu povo, em vez do exigir aos dirigentes em Bruxelas.

Nenhum dos lados pode deixar que o outro obtenha vitória. 



O edifício desmorona-se e fica tudo feito em pedaços.

Mas eles não podem reprimir a voz daqueles gregos que estão cansados ​​do desemprego em massa, da falta de esperança no futuro, e de ver o seu país a ser totalmente consumido e desperdiçado.

É tempo da Grécia recuperar a sua soberania.

É tempo da Grécia parar de se curvar aos desejos das elites dos decisores centrais que os condenam a uma carga de dívida impossível.

Atenas precisa de se esquivar às brechas abertas no Euro e salvar-se desta derrocada, derrubando as paredes que ainda impedem a reestruturação da sua dívida e abrindo ao mesmo tempo uma saída para a Itália, Chipre, Portugal e Espanha.

Os Decisores centrais falharam a sua experiência europeia.
O sacrifício e a dor que impuseram está finalmente a começar a subrepor-se aos seus elevados ideais.

Assim e logo, que (se) a Grécia saia, eles vão ser o tijolo que também sai e que vai fazer desmoronar o Euro e libertará todo o continente para um novo crescimento impulsionado pelo mercado.

Post original:


"Before you embark on a Journey of Revenge, Dig Two Graves" Confucius (504 bc)

“The darkest places in hell are reserved for those who maintain their neutrality in times of moral crisis.”

"If angry, count to ten. This will give you time to find a weapon." - Will Spencer

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