Quando parece que afinal, nada daquilo que desejamos venha a acontecer,
vale a pena questionar:
"Será que estou a sonhar suficientemente alto,
para que isso possa durar a minha vida inteira?"
Tem cuidado com o que desejas...
(pois pode muito bem
tornar-se realidade)
Este é um provérbio que não aprecio. Não gosto mesmo nada!
Faz-me lembrar aquelas fábulas em que os tolos desperdiçam as
suas oportunidades com desejos idiotas ou então, em que ambiciosos desmedidos
fazem pactos com o diabo.
As pessoas vêem os seus desejos atendidos, mas depois, vivem
arrependidos e amargurados para sempre.
Pedir desejos é uma actividade perigosa, é o que essas
histórias nos parecem querer dizer. Pode-se estar a desejar a coisa mais
maravilhosa do mundo mas os “poderes” evocados, vão conspirar contra nós.
O
ouro concedido, vai transformar-se em tumor à luz da manhã.
Isso retira toda a vontade de formular desejos. não é?
Mas que visão tão deprimente do universo!
"O universo
não consegue nada melhor do que conceder com uma mão para logo retirar com a
outra."
Das! Que Universo perverso.
No entanto, visto por outra perspectiva, este provérbio está-nos a dar um excelente conselho.
Em vez de nos acomselhar a um cuidado careta e sisudo, podemos vê-lo como um
desafio para descobrir bem fundo no nosso coração, o que realmente desejamos para
esta vida.
Quando lamentamos, um desejo que formulámos e que depois veio
a concretizar-se, muitas vezes é porque nós, inconscientemente, limitámos o nosso
sonho, em vez de deixarmos, o nosso coração, livremente, fluir e desejar.
Simplesmente, rebaixámos a dimensão dos nossos desejos, numa
tentativa para aumentar a chance deles virem a acontecer.
Não nos permitimos sonhar alto. Temos medo de pedir demais.
Porque não acreditamos em nós próprios.
Pode-se comprovar este limitativo processo em acção quando se
dão os primeiros passos na criação dum negócio próprio. Aconteceu comigo. E consigo,
provavelmente, aconteceu o mesmo.
Contentamo-nos com pouco. Desejamos pouco. Depois quando alcançamos o
que pedimos, constatamos que afinal não é o suficiente. Ou apenas, e mais
simplesmente ainda, que saiu tudo errado.
Muitos anos atrás, quando quis afirmar as minhas pretensões
artísticas, também eu, contentei-me com pouco, não pedi muito.
Fiz uns cursos na RTP para poder dedicar-me aos filmes e aos
vídeos de ficção, a fim de vir a poder-me expressar como artista, e para tal estava
disposto a passar por todo um processo de emissões, telejornais e outras
baboseiras televisivas, que me iriam permitir mais tarde abrir as portas da ficção audiovisual.
Depois de alguns poucos sucessos em que realmente me revi
como criador de algo digno, nessa altura já, há + de 25 anos luz de distância
do inicio, eu dei comigo a desejar
não mais participar noutra telenovela, não mais aturar outra produção tipo
“Teresa Guilherme” ou laborar noutro lixo televisivo semelhante.
Tempos depois quando vi esse desejo atendido não o tomei como uma decepção.
Tempos depois quando vi esse desejo atendido não o tomei como uma decepção.
Ok, vou ser honesto, no princípio sim.
Mas mais tarde tomei-o como uma bênção.
Ainda bem que não vieram mais programas matinais, mais directos
pimba com os parolos da moda em conversa fiada e inútil!
Eis o que eu aprendi com esta experiência:
Aprendi que o trabalho da TV generalista não era para mim. Não
fui feito para a merda dessa superficialidade de gosto mais que duvidoso. Aprendi a
estabelecer um “preço” de trabalho decente.
Nessa altura pelo menos eu tinha 10.000 € no bolso, dinheiro
suficiente para financiar os meus próximos empreendimentos.
Mais ideias e mais oportunidades cruzaram-se no meu caminho.
Filmes criativos de STOP MOTION, dirigidos ao futuro, com produtoras inovadoras
e criativas.
A pintura abstracta tanto a óleo como a acrílico passou a fazer parte do meu dia a dia também.
A pintura abstracta tanto a óleo como a acrílico passou a fazer parte do meu dia a dia também.
dumoc no seu atelier
celuloide - acrílico s/tela - dumoc
Aprendi o valor do meu trabalho; como criar um produto diferente
e original, como reconhecer os talentos com quem trabalhar, fontes de
inspiração e como aproveitar as oportunidades de gerar negócio. Utilizo parte
dos meus lucros para os reinvestir na minha “marca”.
Aprendi os prós e contras da construção duma “audiência”
global. Aprendi o potencial e os limites da publicidade, mas ainda estou a
aprender a promover-me a mim e ao meu trabalho.
Dei aulas e ensinei o que podia, mas depois percebi que não
me podia prender ao ensino (é demasiado absorvente). Prefiro, em vez disso,
produzir mais obra minha e ensinar menos, e descobri, que também posso ensinar
através deste blog.
E finalmente, eu descobri o que afinal quero, aquilo que sempre
habitou dentro de mim e constitui o meu ser mais profundo.
"Eu quero fazer tudo o que me faz feliz e o que também faz
as outras pessoas felizes."
Tudo começou a tomar forma.
As oportunidades, afinal, estão em todos os lados, para
serem aproveitadas. As portas abriram-se,
as pessoas apareceram na minha vida, as soluções apareceram.
A maioria dos especialistas em pequenas empresas dizem que
pode levar até cinco anos para fazer um novo negócio descolar
Durante esse período será que vai ultrapassar o seu sonho ínicial?
Ainda o vai desejar passados cinco anos?
Será que está ser suficientemente exigente? Já ultrapassou a
fase do "nice" e encontrou os seus verdadeiros motivos?
É aí que reside o verdadeiro poder da motivação.
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Quando parece que nada daquilo que desejamos se possa tornar
realidade,
pergunte a si próprio.
"Estarei eu a sonhar o suficientemente alto
para que possa durar a minha vida inteira?"
pergunte a si próprio.
"Estarei eu a sonhar o suficientemente alto
para que possa durar a minha vida inteira?"
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