CHOLDRA TORPE
«(…) Só mesmo numa choldra torpe o senhor Presidente da República, o senhor primeiro-ministro, a senhora ministra das Finanças e o senhor governador do Banco de Portugal - ou seja, todo o poder que nos pastoreia - podiam jurar, como juraram, a pés juntos, com a mão no peito e ar solene, durante quase um mês, por estas ou outras palavras, que "os portugueses podem confiar no BES, dado que as folgas de capital são mais que suficientes para cobrir a exposição que o banco tem na parte não financeira, mesmo na situação mais adversa" E, depois, quando se percebeu que afinal o que disseram era falso, um engodo para enganar papalvos, a fina flor de um poder à deriva, sem credibilidade nem mérito, partiu para o mar, ali para a Manta Rota ou para a praia da Coelha, ouvir o murmurejar das ondas a desfazerem-se em espuma no areal, como se nada disto lhes dissesse respeito. Sem uma palavra. Sem uma justificação nem um acto de contrição. (…)»
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