sábado, 8 de fevereiro de 2014

Com falsas estatísticas e golos se enganam tolos

Olhando para os dados mais recentes do desemprego registado e do Inquérito ao Emprego, juntamente com os números da Segurança Social, parece que o Governo de Passos Coelho está prestes a conseguir algo verdadeiramente notável em Portugal


Queda tanto do emprego como do desemprego.



Oficialmente menos desempregados, mas, na realidade, menos trabalhadores.

Parece difícil, mas a receita é simples: descobriram que a maneira de baixar os números do desemprego não é a criação de postos de trabalho, mas ter menos pessoas à procura de trabalho.

Reduzir a força de trabalho para o número de desempregados ter oficialmente uma menor percentagem, mas na prática a taxa de desempregados é igual ou até mesmo superior.

Como isso é feito? 


Algumas centenas de milhares de jovens têm de sair do País para encontrar trabalho noutro lugar que não Portugal.

Também algumas centenas de milhar de mulheres deixam de ter qualquer esperança de arranjar trabalho e vão para casa, para exercer o que antigamente se chamava de trabalho doméstico

E, finalmente, conseguir com que muitas pessoas de idade, desesperadas, desistam de um emprego e continuem esperando, mas apagados das listas oficiais de desemprego.


Dumoc denúncia as manobras do governo:
simbolicamente inverte as fotografias e milagre:
assim as estatísticas batem certo



Assim, o número de Portugueses desempregados é o mesmo ou maior, mas, como foi reduzida a força de trabalho, expulsando muitos deles, o resultado estatístico finge que a taxa de desemprego está a cair.

Não, o que realmente está em queda é o número de adultos que procuram trabalho.

E eles pararam de procurar por uma de duas razões: exílio económico ou desistência final.

Baixou, portanto, o nº de trabalhadores no activo e o nº de candidatos a trabalhador.

O governo finge (aldraba os eleitores) que o que baixou foi o desemprego.

Isto é o que o Coelho e o Portas chamam de "milagre económico" 

nesta exposição virtual o artista plástico Dumoc
 desmascara  as manobras  manhosas do executivo governamental


A coisa também tem “benefícios” colaterais.

Quando os jovens saem para encontrar trabalho no estrangeiro, também deixam de utilizar recursos no serviço nacional de saúde.

Para propaganda, é perfeito: pode-se presumir menos desemprego e mais economia.

Mas, para os cidadãos e para a sociedade, é um desastre que vai deixar o país (muito) ferido por um longo período de tempo.

Dos jovens que foram para o estrangeiro a maior parte não vai voltar.

As mulheres que voltaram para o papel de donas de casa dificilmente vão reiniciar as suas carreiras.

Os trabalhadores com mais de 50 anos à procura de emprego deparam com uma tarefa impossível, o que têm pela frente é uma travessia do deserto, mal sobrevivendo até que possam começar a receber uma pensão, que não lhes dará para (quase) nada.



Um país onde muitas pessoas já com 30 anos ainda não começaram a sua vida profissional e outros vêm a sua carreira terminada para sempre com apenas 50 anos.

Um país que se empenha em encerrar as mulheres em suas casas e em desperdiçar um fluxo produtivo que representa quase metade da população.

Um país onde a pobreza e a falta de habitação se tornou uma realidade para muitos homens, mulheres, crianças, jovens e idosos, que já não pensam em termos de bem-estar, mas simplesmente em como sobreviver.

Apesar disto tudo, o 1º Ministro não se cansa de anunciar que a recuperação económica começou (que é apenas aquilo que lhe importa) e ignora o futuro da sociedade Portuguesa e da sua força de trabalho,
que sofre e que se vê obrigada a expulsar milhares de pessoas bem preparadas para o trabalho.

Os que saem são condenados ao exílio e os que não têm trabalho condenados estão ao exílio interno, que segrega os desempregados, numa vasta “classe passiva " sem futuro.


Os que vão tendo trabalho, recebem o mais baixo valor hora da Europa muitas vezes apenas 2 ou 3 euros e ainda sujeitos a todos os atropelos dos seus direitos, como por exemplo, horários de trabalho e folgas inexistentes.

Vale tudo, desde que eles desaparecem das estatísticas.

Infelizmente o governo aldrabão só consegue fazer truques com os números, pois não têm o mínimo de conhecimento, competência ou mesmo vontade de dar a volta por cima quando esta situação, desesperadamente tanto o exige.

Malditos que nunca deviam ter nascido.

MORRAM PIM!


**ultima hora **

Numa notícia publicada aqui e aqui afinal constata-se que tanto na agricultura como na indústria nunca houve (desde que há registos) tão poucos trabalhadores.

Só na agricultura perderam-se 53.000 postos de trabalho no último trimestre de 2013, em profunda contradição com os dados avançados pelo governo.


ao certo ninguém sabe qual é o número real de desempregados em Portugal, mas estima-se bem para cima de 1.000.000 (um milhão) muito mais do que os estimados pelo governo em 800.000.

fontes.

Instituto Nacional de Estatística
jornal de negócios