segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Particulas Elementares II



Quase todos nós, hoje em dia, tememos pelo futuro.



Mesmo aqueles na classe média que não compreendendo o mundo, e talvez por isso mesmo, absorvem os noticiários TV e o desporto como se fossem esponjas, pressentem que algo de crucial e decisivo para o seu futuro está já em andamento.

E temos boas razões para isso, quase ao virar da esquina o futuro já lá está à nossa espera.

Todos os que tem vindo a pensar que a esperança de futuro reside numa mudança de mentalidade que se está (já) a operar na humanidade (crença generalizada) não imaginam como isso pode ser naif...






A verdadeira mudança será ao nível genético, agora que a ciência está preste a conquistar essa possibilidade técnica, que trará consigo as vantagens evolutivas, para a elite pioneira da “nova raça” decisivamente evitar o colapso planetário.

A “outra” humanidade, a actual, a tradicional, será desde o inicio da revolução genética relegada para segundo plano, primeiro marginalizada e depois esterilizada, caminhará lentamente para a sua extinção.

A nova humanidade, a primeira sociedade mundial, graças aos avanços da ciência verá a sua longevidade muito aumentada e a necessidade de reprodução doravante assegurada artificialmente, fará diminuir  substancialmente a população no planeta, duma maneira semelhante aos princípios ou mandamentos gravados na pedra do monumento conhecido por stonehendge americano.


Os nascimentos naturais, rapidamente substituídos pelas novas técnicas laboratoriais, serão abolidos e considerados “coisa” do passado.

Isto terá lugar num futuro já não muito distante, quando o código genético for reescrito. com sucesso, graças à recentemente adquirida compreensão da resposta do ADN às frequências que permitem modular desta forma a informação genética contida no ADN, duma maneira aparentemente muito simples que consiste em aplicar vibração em vez do procedimento arcaico do corta e encorpora.


Quando se estabelecer e comprovar definitivamente (com base em argumentos termodinâmicos irrefutáveis) que a separação cromossómica que intervêm no momento da meiose para reproduzir gâmetas haploides, é em si mesma fonte de instabilidade estrutural; por outras palavras, toda a espécie sexuada é necessariamente mortal,


será também desvendado o quase óbvio: qualquer código genético, seja qual for a sua complexidade, será reescrito em breve em laboratório, sob uma forma padrão, estruturalmente estável, inacessível às perturbações e às mutações.

Qualquer célula pode ser portanto dotada duma capacidade infinita de replicações sucessivas. Qualquer espécie animal, por mais evoluída que seja, pode ser transformada numa espécie aparentada, reproduzível por clonagem, e (possivelmente) imortal.

Será esta mudança genética, que pela sua vantagem evolutiva, terá forçosamente que alterar radicalmente a raça humana.

Auto-modificada, emergirá então, a partir do interior do seu ser, naturalmente a tão preconizada mudança na mentalidade.

Mudará para sempre, mais uma vez, a nossa forma de viver neste universo.

Fontes: MICHEL HOUELLEBECQ