terça-feira, 30 de setembro de 2014

A economia, o crime e a arte


a economia
que nem sequer é capaz de fazer prognósticos que se confirmem

poder ser considerada uma ciência?

Quando ouvimos as previsões económicas, percebemos que daí por duas semanas eram totalmente falsas...


...depois vem outro perito explicar  e fazer novos prognósticos com a mesma convicção…



Como é que uma disciplina que nem sequer é capaz de fazer prognósticos que se confirmem há-de poder ser considerada uma ciência?
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O crime
é um acto profundamente humano,
relacionado evidentemente com as

zonas mais sombrias
do humano,
mas humano apesar disso.



A arte
 está ligada a tudo

às zonas sombrias,
às zonas luminosas,
 às zonas intermédias.

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A economia não está ligada a quase nada, a não ser ao que existe de mais maquinal, de mais previsível, de mais mecânico no ser humano.

Não só não é uma ciência, como não é uma arte, ao fim e ao cabo quase não é coisíssima nenhuma.

http://www.neaydinonat.com/blog/?p=405


Há quem não esteja de acordo.

Quem convive muito tempo com criminosos (quem os investiga), pode afirmar que se tratam dos indivíduos mais maquinais e mais previsíveis que se pode imaginar.

Na quase totalidade dos casos matam por dinheiro, e apenas por dinheiro;
é em geral o que os torna tão fáceis de apanhar.

Pelo contrário, quase ninguém trabalha nunca unicamente por dinheiro.

Existem sempre outras motivações; o interesse que se tem pelo trabalho, a consideração social que pode estar relacionada com ele, as relações de simpatia com os colegas…

Também quase ninguém tem comportamentos de consumo inteiramente racionais.



 COMPORTAMENTOS DE CONSUMO IRRACIONAIS

É provavelmente esta indeterminação fundamental das motivações dos produtores assim como dos consumidores, que tornam as teorias económicas tão temerárias e, no final de contas, tão falsas.



Ao passo que a investigação criminal, essa, pode ser abordada como uma ciência, ou pelo menos como uma disciplina racional.

A existência de agentes económicos irracionais é desde sempre a parte sombria, a falha secreta de qualquer teoria económica


 risk
Texto de Michel Houllebecq em



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