a economia
que nem sequer é capaz de fazer prognósticos que se confirmem
poder ser considerada uma ciência?
Quando ouvimos as previsões económicas, percebemos que daí
por duas semanas eram totalmente falsas...
Como é que uma disciplina que nem sequer é capaz de fazer
prognósticos que se confirmem há-de poder ser considerada uma ciência?
________________________
é um acto profundamente humano,
relacionado evidentemente com as
zonas mais sombrias
do humano,
mas humano apesar disso.
A arte
está ligada a tudo
às zonas sombrias,
às zonas luminosas,
às zonas intermédias.
_________________________________
A economia não está ligada a quase nada, a não ser ao que
existe de mais maquinal, de mais previsível, de mais mecânico no ser humano.
Não só não é uma ciência, como não é uma arte, ao fim e ao
cabo quase não é coisíssima nenhuma.
Há quem não esteja de acordo.
Quem convive muito tempo com criminosos (quem os investiga),
pode afirmar que se tratam dos indivíduos mais maquinais e mais previsíveis que
se pode imaginar.
Na quase totalidade dos casos matam por dinheiro, e apenas
por dinheiro;
é em geral o que os torna tão fáceis de apanhar.
é em geral o que os torna tão fáceis de apanhar.
Pelo contrário, quase ninguém trabalha nunca unicamente por dinheiro.
Existem sempre outras motivações; o interesse que se tem
pelo trabalho, a consideração social que pode estar relacionada com ele, as
relações de simpatia com os colegas…
Também quase ninguém tem comportamentos de consumo inteiramente racionais.
Também quase ninguém tem comportamentos de consumo inteiramente racionais.
É provavelmente esta indeterminação fundamental das
motivações dos produtores assim como dos consumidores, que tornam as teorias
económicas tão temerárias e, no final de contas, tão falsas.
Ao passo que a investigação criminal, essa, pode ser
abordada como uma ciência, ou pelo menos como uma disciplina racional.
A existência de agentes económicos irracionais é desde
sempre a parte sombria, a falha secreta de qualquer teoria económica
leiam o Eça de Queirós
Texto de Michel Houllebecq em
poderá também gostar de: