terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

DIA D para a UNIÃO EUROPEIA


Tratar o caso Grego na UE como se dum jogo de futebol, ou de um braço de ferro se trate, parece-me duma irresponsabilidade (infantilidade) de quem decide o futuro de povos (milhões de seres) dividindo e reduzindo tudo a uma dicotomia simplicista:


 Esquerda - Direita
 Capitalismo – Socialismo

tendo como ultimo dogma os BONS e os MAUS, NÓS e ELES, sem se querer perceber que numa união com um futuro em comum (que é a razão primeira da existência da UE)  nós somos eles e eles somos nós.
Nesta altura de crise

 SOMOS TODOS GREGOS





Li no Observador de 17 de FEV um artigo de Inês Domingos sobre este tema

Depois de o analisar (achei-o muito interessante) tomei a liberdade de corrigir uma infografia, aí apresentada, onde se tenta explicar as hipóteses de saída para as negociações que decorrem entre os ministros das finanças do Euro grupo por um lado e o ministro das finanças Grego, Y. Varoufakis, pelo outro.


Como acima expliquei, não me parece prudente considerar este assunto como um mero jogo de futebol entre a Alemanha e a Grécia, tomei em linha de  conta (para além de outras considerações) a disparidade entre a população da UE (+/- 500 milhões) e a Grega (11 milhões) e os custos e o sofrimentos que daí possam advir para todos os estados membros.

Considero que numa verdadeira união, quando um perde todos perdem e que quando se ganha todos ganham.

Quando o problema da Grécia (e a sua crescente crise humanitária) é visto como um duelo que a opõe à Europa (ou deverei dizer Alemanha?)

comparando-os (infantilmente) ao "Chiken Game", dois carros que andam a grande velocidade em direcção um ao outro, num risco final de choque frontal com consequências verdadeiramente dramáticas, em que um dos jogadores ao se desviar no último momento, evita o desastre, mas fica sendo assim o cobarde (ao velho estilo de Hollywood)

O modo como Varoufakis e o governo Grego se têm comportado no jogo real é exemplarmente racional: recusam ser trucidados e ao mesmo tempo sinalizam que estão dispostos a desviar-se da colisão se a União Europeia estiver igualmente disposta a fazê-lo

O nosso governo não está a pedir aos nossos parceiros uma solução para pagar as dívidas. Estamos a pedir alguns meses de estabilidade financeira que nos permita criar reformas que uma extensa camada da população grega possa assumir e apoiar, para podermos voltar a ter crescimento e acabar com a nossa falta de capacidade de pagar as nossas dívidas.



Estamos a falar de um JOGO PERIGOSO que pode muito bem ACABAR MUITO MAL, sobretudo para a EUROPA, pois os GREGOS, já pouco têm a perder, e seguramente, quer a Rússia, a China ou mesmo os EUA nunca os deixarão sozinhos (ao contrário da UE)


Graficamente, pode-se representar este jogo como uma matriz de resultados em que os resultados para a Grécia estão representados a azul e os resultados para a Europa estão representados a amarelo.

O jogo tem três equilíbrios possíveis. Os dois primeiros são os casos em que um jogador desvia e o outro não desvia. Nesses casos um dos jogadores sabe com certeza que o outro vai desviar-se. 

O terceiro equilíbrio, mais complexo, implica que cada um dos jogadores atribui uma probabilidade de o outro não se desviar e desvia-se ou não consoante essa probabilidade.

Esse terceiro equilíbrio implica que existe uma (pequena ?) possibilidade de nenhum dos jogadores se desviar e ACONTEDER um desastre.

A Vermelho está a CORRECÇÃO de dumoc.and.me bloguespot 



A Alemanha (e a UE) tem muito mais a perder do que a Grécia em qualquer dos cenários, daí ser um Jogo MUITO PERIGOSO o que o Sr. Ministro das Finanças Alemão está a fazer.


PERDAS para a UE

A moeda única e as bolsas sofrerão uma desvalorização não contabilizáveis de momento.

As economias, já com problemas de, estagnação (ou fraco crescimento) e com a deflação já a surgir, sofrerão impactos profundos igualmente não contabilizáveis de momento.

Mais países poderão ser obrigados a abandonar a UE.


Se uma economia de dimensão como a Espanha ou Itália ou mesmo Irlanda saírem, isso pode significar o fim do projecto europeu.

As consequências serão imprevisíveis e afectarão 500 milhões (População UE)

PERDAS para a Grécia

No Caso da Grécia os danos nunca serão comparáveis, pois têm muito menos a perder.

1º Encontra-se já em forte recessão, podem piorar no 1º ano mas voltam ao crescimento possivelmente logo no 2º ano

2º Existem muitos interesses que pretendem ajudar e capitalizar nas ajudas à Grécia (excepto UE) que vão alterar a perspectiva actual

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No artigo em questão a saída da Grécia do euro é tratada com uma leveza extraordinária.

Talvez a maneira como a própria Comissão Europeia encara (e chantageia) esta hipótese já tenha acostumado “todos” a esta leveza de alteração de compromissos, e que já pouca gente faça as seguintes perguntas.

PERGUNTAS

Que raio de União Europeia é esta que pretende expulsar um País membro (desde 1981) que é anterior à adesão de Portugal e Espanha?

Que raio de União Europeia consente dentro das suas próprias fronteiras zonas de calamidade humanitária, como aquela que se observa actualmente na Grécia.

Que raio de Estados membros são estes que olham para o lado?

Que raio de União Europeia é esta onde os Interesses da Alemanha prevalecem sobre todos os outros estados membros, em vez de existir um PLANO comum?

MAUS SINAIS

1 
Não é nada bom sinal quando o Ministro das Finanças da Alemanha faz estas afirmações publicamente: "Sinto muito pelosgregos. Elegeram um governo que se comporta de forma irresponsável"

Desrespeita e infringe todas as LEIS e REGRAS duma UNIÃO.
O que ele está a dizer é: Tenho muita pena mas queremos que se lixem.
O que virá a seguir por parte desta gente? 




2
Como é possível numa cimeira de ministros das finanças dos estados membros da UE poder ser decidida a permanência ou expulsão dum estado membro?

3
Quando o Presidente do Eurogrupo MENTE (e não é afastado), sabendo-se lá que mais é ocultado,  não estaremos todos em GRANDE PERIGO?

4
Quando o problema da Grécia (e a sua crescente crise humanitária) é visto como um duelo que a opõe à Europa (ou deverei dizer Alemanha?) e que em vez de se procurar conjuntamente uma SOLUÇÃO EFICAZ profere-se um ULTIMATUM nada de constructivo pode daí advir.

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Num momento histórico em que já poucas testemunhas vivas existem do horror que foi a WORLD WAR II e do esforço tremendo da reconstruçãono pós guerra, espero que o BOM SENSO prevaleça que o DIÁLOGO aconteça e que a FELICIDADE e o FUTURO da Europa prevaleçam sobre a 

ESPECULAÇÃO e o LUCRO IMEDIATO. 



AMEN

by Dumoc a 3 dias do dia D


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