sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Futuro da geo-politica global



O futuro duma Aliança 

Pequim-Moscovo-Berlim



Cross-postou em TomDispatch.com

Um espectro assombra o envelhecimento precoce do "Novo Século Americano": a possibilidade de uma futura aliança estratégica e comercial entre Pequim, Moscovo e Berlim. Vamos chamá-la a BMB.


Esta possibilidade está a ser seriamente discutida ao mais alto nível em Pequim e Moscovo, e vista com interesse em Berlim, Nova Deli, e Teerão. Mas não é referida dentro dos círculos de Washington ou na sede da NATO em Bruxelas.

Lá, a estrela do show de hoje e de amanhã é o novo Osama bin Laden: Califa Ibrahim, também conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, o evasivo, auto-nomeado profeta da decapitação dum novo mini-estado e do movimento com a sigla - ISIS / ISIL / IS – que tem provocado histeria em Washington e noutros lucais de decisão ocidentais.

Não importa quantas vezes Washington reformula a sua Guerra Global contra o terrorismo, porque, as placas tectónicas da geopolítica da Eurásia continuam em movimento, e não irão parar só porque as elites americanas se recusam a aceitar que o seu historicamente breve "momento unipolar" esteja a terminar.

Para eles, o fim da era do "domínio de espectro total", como o Pentágono gosta de o chamar, é inconcebível.

Afinal de contas, a necessidade da nação indispensável para controlar todo o espaço - militar, económica, cultural, cyber, e externo - é pouco menos que uma doutrina religiosa.

Missionários excepcionais e talentosos mas que não produzem igualdade. Na melhor das hipóteses, eles fazem "coligações de interesses" como aquela repleta com "mais de 40 países" montada para combater o ISIS / ISIL / IS, e que aplaudem e patrocinam, mas a muito custo, com o envio de um avião ou dois para o Iraque ou a Síria.

A NATO, que ao contrário de alguns de seus membros não irá lutar oficialmente os Jihadistas, continua a ser um dispositivo de guerra top-down controlado por Washington.

Nunca se sente totalmente incomodada pelas tensões da União Europeia (UE) ou sequer considera permitir que a Rússia se "sinta" europeia.

Quanto ao Califa, ele é apenas uma “chatice” menor.

Um cínico pós-moderno poderá até afirmar que ele é um actor enviado para o teatro global, pela China e pela Rússia para distrair e atrapalhar a hiper potencia do planeta.

Dividir e Isolar

Então como é que o espectro do domínio total se ressente quando dois poderes concorrenciais reais, Rússia e China, começam a fazer sentir as suas presenças?

A abordagem de Washington para cada um deles - na Ucrânia e nas águas asiáticas - pode ser resumida a: dividir e isolar.

A fim de manter o Oceano Pacífico como um clássico "lago norte-americano", há vários anos que a administração Obama tem tido uma acção articulada na Ásia.

Isto envolveu, não só e apenas modestos movimentos militares, mas também uma tentativa nada modesta de minar o nacionalismo chinês contra a diversidade japonesa, ao mesmo tempo que se fortalecem alianças e relações em todo o Sudeste Asiático com a atenção concentrada nas disputas de energia do Mar do Sul da China.

Ao mesmo tempo, ela tenta estabelecer e fechar um acordo comercial futuro, a Parceria Trans-Pacífico (TPP), na região.

Nas fronteiras ocidentais da Rússia, o governo Obama tem alimentado as brasas para uma mudança de regime em Kiev (alimentadas por líderes de apoio locais, Polónia e os países bálticos) o que claramente parece, a Vladimir Putin e à liderança da Rússia, como uma ameaça existencial para Moscovo.



Ao contrário dos EUA, cuja esfera de influência (e bases militares) são globais, a Rússia não reteve qualquer influência significativa da sua antiga presença no exterior, e tratando-se de Kiev, que não é para a maioria dos russos, considerado exterior.

Para Moscovo, parece que Washington e os seus aliados da NATO estão cada vez mais interessados em impor uma nova cortina de ferro ao seu país desde o Báltico ao Mar Negro, com a Ucrânia a servir como ponta de lança.

Em termos BMB, pense nisso como uma tentativa de isolar a Rússia e impor uma nova barreira para as relações com a Alemanha. O objectivo final seria o de dividir a Eurásia, evitando movimentos futuros em relação ao comércio e à integração comercial por meio de um processo não controlado por Washington.

Do ponto de vista de Pequim, a crise na Ucrânia foi um caso em que Washington pisou todas as linhas vermelhas que se possam imaginar para perseguir e isolar a Rússia.

Para os seus líderes, esta parece ser uma tentativa concertada para desestabilizar a região de forma favorável aos interesses americanos, apoiados por uma ampla gama das suas elites, desde os neocons da guerra fria aos "liberais" de Washington passando por intervencionistas humanitários no registo de Susan Rice e de Samantha Power.

Claro que se você tem acompanhado a crise da Ucrânia a partir de Washington, tais perspectivas parecem tão estranhas quanto as de um qualquer marciano. Mas o mundo parece ser muito diferente visto do coração da Eurásia - especialmente a partir duma China em ascensão com o seu recém-criado "sonho chinês" (Zhongguo meng).

Como foi explicado pelo presidente Xi Jinping, o sonho vai incluir uma futura rede de novas Rotas da Seda com organização Chinesa que criarão o equivalente a um Trans-Asian Express para o comércio euro-asiático.

Quando Pequim, sente a pressão de Washington e Tóquio na frente naval, parte da sua resposta é, um avanço em duas frentes de comércio abragendo toda a Eurásia, uma vertente através da Sibéria e a outra através da Ásia Central.

Assim quem não percebe que apenas seguiu os media ocidentais de forte influência americana ou os "debates" em Washington, não entende também que se está já a entrar num novo mundo.

Não há muito tempo ainda, a liderança de Pequim namorava a ideia de reescrever o lado económico / geopolítico jogando lado a lado com os EUA, ao mesmo tempo que Moscovo e Putin sugeriam a possibilidade de um dia vir a integrar a NATO.

Já não é mais assim, acabou, Finished Kaput.

Hoje, a parte do Ocidente na qual ambos estes países estão interessados para um possível futuro, é a Alemanha, já livre do dominio do poder americano e dos desejos de Washington.

Moscovo tem estado envolvido com Berlim em nada menos do que meio século de diálogo estratégico, que incluiu a cooperação industrial e a crescente interdependência energética.

Em muitos "bairros" do Sul Global isso tem sido notado e a Alemanha está começando a ser vista como "o sexto BRICS" (depois do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

No meio de crises globais que vão desde a Síria à Ucrânia, os interesses geo-estratégicos de Berlim parecem estar lentamente a afastar-se de Washington.

Os industriais alemães, em particular, parecem ansiosos para perseguir promissores acordos comerciais com a Rússia e a China.

Estes podem definir o seu país num caminho para o poder global imenso das fronteiras da UE e, no longo prazo, um sinal claro do fim da era em que a Alemanha, apesar de ser bem e educadamente tratada, era essencialmente um satélite americano.
O Bundestag

Vai ser um longo e sinuoso caminho. O Bundestag, o parlamento alemão, ainda está viciado numa forte agenda atlântica e numa obediência preferencial para com Washington.

Há ainda dezenas de milhares de soldados americanos em solo alemão. No entanto, pela primeira vez, a chanceler alemã Angela Merkel hesitou quando se tratou de impor sanções mais pesados contra a Rússia na sequência da crise na Ucrânia, porque nada mais nada menos do que 300 mil empregos na Alemanha dependem das relações com aquele país.

Os líderes industriais e o sector financeiro fizeram soar o alarme, temendo que tais sanções sejam totalmente contraproducentes.

O festim chinês das rotas da seda

O Novo jogo do poder geopolítico Chinês na Eurásia tem poucos paralelos na história moderna.

Os dias em que o "Pequeno Timoneiro" Deng Xiaoping insistiu que o país "devia manter um perfil discreto" no cenário mundial estão já muito distantes.

É claro que há divergências e estratégias contraditórias quando se trata de gerir áreas chave do país: Taiwan, Hong Kong, Tibet, Xinjiang, Mar do Sul da China, as potências concorrentes Índia e Japão e os aliados problemáticos a Coreia do Norte e o Paquistão.

Também a revolta popular nalgumas "periferias" por agora controladas por Pequim estão a crescer para níveis incendiários.

A prioridade número um do país continua a ser a nacional e é centrada na realização das reformas económicas do presidente Xi, aumentando a "transparência" e o combate à corrupção dentro do partido comunista.

A segunda prioridade é a questão de como progressivamente fazer frente contra os planos articulados pelo Pentágono na região - através da construção duma armada completa de Porta-aviões, submarinos nucleares, e uma força aérea tecnologicamente avançada - sem, contudo, ficar tão assertivamente hostil que faça soar no estado de espírito de Washington a "ameaça chinesa"

Enquanto isso, e com a Marinha dos EUA a controlar as rotas marítimas globais num futuro previsível, o plano para essas novas Rotas da Seda através de Euroasia está a decorrer a bom ritmo.

O resultado final deve provar o triunfo da infra-estrutura integrada - estradas, caminhos de ferro de alta velocidade, oleodutos, portos - que ligará a China à Europa Ocidental e todo o Mediterrâneo, numa nova versão da antiga expressão da Roma Imperial “Mare Nostrum”, com todos os sentidos possíveis e imagináveis aplicados.


"Mare Nostrum"


Ao estilo duma viagem de Marco Pólo invertida, refeita a pensar no moderno mundo da Google, uma via principal da Rota da Seda parte da antiga capital imperial Xian para Urumqi na província de Xinjiang, seguindo depois, através da Ásia Central, Irão, Iraque e Anatólia na Turquia, terminando em Veneza. Outra alternativa será a Rota da Seda marítima com inicio na província de Fujian e atravessando o estreito de Malaca, no Oceano Índico, Nairobi, no Quénia, e, finalmente, todo o caminho até ao Mediterrâneo pelo Canal de Suez.

Apreciadas em conjunto, é ao que Pequim se refere como o Cinturão Económico da Rota da Seda.

A estratégia da China é criar uma rede de inter conexões entre nada menos que cinco regiões chave: Rússia (a ponte fundamental entre a Ásia e a Europa), os "stans," na Ásia Central e no Sudoeste Asiático (com papéis principais para o Irão, Iraque, Síria, Arábia Saudita e Turquia), Cáucaso e a Europa de Leste (incluindo a Bielo-Rússia, Moldávia, e dependendo de sua estabilidade, a Ucrânia). E não se esqueça o Afeganistão, o Paquistão e a Índia, que poderiam ser pensados como Rota da Seda “Plus”.



Rota da Seda

Rota da Seda “Plus”.ligaria o rota económica Bangladesh-China-Índia-Mianmar à rota económica China-Paquistão, e poderia oferecer a Pequim acesso privilegiado ao Oceano Índico. Mais uma vez, um pacote total - estradas, linhas ferroviárias de alta velocidade, condutas e redes de fibra óptica - ligaria a região à China.

A maior parte da visão de uma nova Eurásia centralizando Pequim que seria ligada por todas as formas de transporte e de comunicações Chinesas foi vividamente detalhado em "Marchando para Oeste: o reequilíbrio das geo estratégia da China", num ensaio de 2012 publicado pelo erudito Wang Jisi do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos da Universidade de Pequim.

Como resposta a este futuro conjunto de ligações da Eurásia, o melhor que o governo Obama conseguiu foi uma nova versão de contenção naval do Oceano Índico ao Mar do Sul da China, enquanto acirram os conflitos com as alianças estratégicas em volta da China do Japão à Índia. (à NATO, foi, naturalmente, atribuída a tarefa de conter a Rússia na Europa Oriental.)

Cortina de Ferro versus Rotas da Seda

Os 400 biliões de US $ do acordo de gás, “o acordo do século", assinado por Putin e o presidente chinês em Maio passado, lançou as bases para a construção do símbolo de poder, o oleoduto na Sibéria, já em construção em Yakutsk.


Ele vai trazer uma enxurrada de gás natural russo para alimentar o mercado chinês. Representa claramente apenas o começo de uma poderosa aliança estratégica, entre os dois países baseada na energia.

Ao mesmo tempo, empresários e industriais alemães estão a reparar noutra realidade emergente: As novas rotas da seda servem tanto para escoar os produtos made-in-China até ao mercado final, a Europa, tanto quanto também servem para escoar os produtos da Alemanha até à China.

Num possível futuro acordo comercial, a China está programada para se tornar o principal parceiro comercial da Alemanha em 2018, aparecendo tanto à dos EUA como da França.

Um entrave a este potencial de desenvolvimento, muito bem acolhido em Washington, é a Guerra Fria 2.0, que já está a dividir, não a NATO, mas a distante UE.

Na UE neste momento, o campo anti-russo inclui a Grã-Bretanha, Suécia, Polónia, Roménia, e os países bálticos. A Itália e a Hungria, por outro lado, podem ser contadas no campo pró-russo, enquanto a Alemanha ainda imprevisível é a chave para se saber se o futuro se vai concretizar numa nova Cortina de Ferro ou numa mentalidade "Go East".

Por isso, a Ucrânia continua a ser a chave para a solução. Se esta for “Finlandizada” com sucesso (com autonomia significativa para as suas regiões), como Moscovo tem vindo a propor - uma sugestão que é um anátema para Washington - o caminho Go-east permanecerá viável. Se não, um futuro BMB vai ser uma proposta mais arriscada.




Deve notar-se que uma outra visão do futuro económico Eurasiatico também se perfila no horizonte.

Washington está a tentar impor um acordo Comercial e de Investimento de Parceria Transatlântica (TTIP) na Europa e um acordo semelhante de Parceria Trans-Pacífico (TPP) na Ásia. Ambos favorecem as globalizantes corporações norte-americanas e o seu objectivo é visivelmente o de impedir a ascensão das economias BRICS e a ascensão de outros mercados emergentes, enquanto solidifica a hegemonia económica global americana.

Dois fatos gritantes, cuidadosamente anotados em Moscovo, Pequim e Berlim, sugerem a geopolítica do hardcore por trás desses dois pactos "comerciais". O TPP exclui a China e os TTIP exclui a Rússia. Eles representam, ou seja, os tentáculos mal disfarçados de um comércio futuro / guerra monetária.

Nas minhas recentes viagens, ouvi repetidamente da parte de produtores agrícolas em Espanha, Itália e França, que me confidenciaram que TTIP nada mais é que uma versão económica da NATO, a aliança militar, que na China Xi Jinping chama, talvez ilusoriamente, uma "estrutura obsoleta. "

Há uma resistência significativa ao TTIP entre muitas nações da UE (especialmente nos países do Club Med do sul da Europa), tal como contra a TPP entre as nações da Ásia (principalmente Japão e Malásia).


É isso que dá os chineses e aos russos esperança para as suas novas Rotas da Seda e um novo estilo de comércio em todo o centro da Eurásia apoiado por uma União Euroasiática com a Rússia na base. Com esse fim especial atenção é prestada pelas, figuras-chave dos negócios e dos círculos industriais alemães, para os quais as relações com a Rússia permanecem essenciais.

Afinal, Berlim não demonstrou uma grande preocupação para com o resto da UE em crise (três recessões em cinco anos).

Graças a uma troika muito desprezada - o Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia - Berlim é já, para todos os efeitos práticos, já cabeça da Europa, próspera, e que olha para o leste para obter mais.

Há três meses, a chanceler alemã Angela Merkel visitou Pequim. Passando praticamente despercebido dos noticiários foi a aceleração política dum projecto potencialmente inovador: uma ligação ininterrupta ferroviária de alta velocidade entre Pequim e Berlim.




Quando finalmente construído, ele poderá revelar-se um transporte e ao mesmo tempo um catalizador comercial para dezenas de países ao longo de sua rota através da Ásia e para a Europa.

Passando por Moscovo, que poderia se tornar o melhor integrador das Rotas da Seda para a Europa e, talvez, o maior pesadelo para Washington.

"Perder" a Rússia

Numa recente chamada de atenção através dos media, da cimeira da NATO no País de Gales resultou apenas uma "força de reacção rápida" mas modesta, para actuação em quaisquer futuras situações tipo Ucrânia. Enquanto isso, a Organização de Cooperação de Xangai , (SCO), em franca expansão, uma possível contrapartida asiático à NATO, reuniu-se em Dushanbe, Tajiquistão.

Em Washington e na Europa Ocidental, praticamente, ninguém prestou atenção.

Mas, deviam ter prestado.

Lá, China, Rússia e quatro "stans" centro asiáticos concordaram em adicionar um conjunto impressionante de novos membros: Índia, Paquistão e Irão. As implicações podem ser de grande alcance. Afinal, a Índia sob o mandato do primeiro-ministro Narendra Modi está agora prestes a implementar a sua própria versão da moda Rota da seda. Atrás disso vem a possibilidade de uma "Chindia" aproximação económica, o que pode alterar o mapa geopolítico da Eurásia. Ao mesmo tempo, o Irão também está interessado em ser incluído como uma parte da "Chindia".


Assim, a SCO está lentamente mas com grande segurança a configurar-se como a mais importante organização internacional da Ásia. É já claro que um dos seus principais objectivos no longo prazo será o de parar de negociar em dólares, enquanto implementa o uso do petrorublo e do petroyuan no comércio de energia. Os EUA, é claro, nunca serão bem-vindos para a organização.

No entanto tudo isto vislumbra-se ainda no futuro. No presente, o Kremlin continua a afirmar mais uma vez que quer começar a falar com Washington, enquanto Pequim nunca quis parar. No entanto, a administração Obama continua míope embutida em sua própria versão dum jogo de soma zero, confiando no seu poderio tecnológico e militar para manter uma posição vantajosa na Eurásia.

Pequim, no entanto, tem acesso aos mercados e cargas de dinheiro, enquanto que Moscovo tem um monte de energia.

Cooperação triangular entre Washington, Pequim e Moscovo seria sem dúvida - como os chineses diriam - um jogo de ganha-ganha-ganha, mas não sustenha ainda a sua respiração.

Em vez disso, espere para ver a China e a Rússia a aprofundar a sua parceria estratégica, enquanto atraem outras potências regionais da Eurásia.

Pequim aposta fortemente que o confronto EUA / NATO com a Rússia sobre a Ucrânia vai acabar por empurrar Vladimir Putin para leste. Ao mesmo tempo, Moscovo calibra cuidadosamente a sua reorientação em progresso de potência económica e o seu papel na economia global.

É possível que um dia destes vozes mais lúcidas em Washington perguntem a bom som como foi possível que os EUA tenham “perdido" a Rússia para a China.

Entretanto, pense na China como “o” motor para uma nova ordem mundial no futuro século Euro-ásiatico.

O mesmo processo de integração por que a Rússia está a passar, parece cada vez mais vir também a aplicar-se à Índia e a outras nações da Eurásia, e, possivelmente, mais cedo ou mais tarde também a uma Alemanha neutral.

No fim deste processo quando terminar o jogo, os EUA poderão encontrar-se progressivamente expulsos da Eurásia, com o BMB emergindo como um divisor de águas. Façam suas apostas em breve. Elas vão ser pagas em 2025.



Pepe Escobar é correspondente itinerante de Asia Times / Hong Kong, analista da RT, e um regular colaborador da TomDispatch. Seu novo livro, Empire of Chaos, será publicado em Novembro pela Nimble Books.

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fontes:
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