domingo, 12 de janeiro de 2014

Uykusuz Venϋs



Foi Lançado ontem em Lisboa no Hotel Fontecruz na av. da Liberdade em Lisboa, pela Chiado Editora o primeiro livro da poetisa Ana Carolina Martins, intitulado em Turco Uykusuz Venϋs isto é Vénus sem Sono.

Refiro-me a Ana Carolina Martins como Poetisa e não como “modernamente” mas duma forma muito redutora, se pretende englobar numa ordem assexuada todos os Poetas, quer eles pertençam à metade masculina ou feminina da Humanidade.

Por outro lado a própria autora dá-nos uma orientação clara nesse sentido ao intitular a obra de Vénus sem sono, numa referência clara a si própria e ao sexo que representa.



Para além da evidente diferença que o próprio género imprime (inevitavelmente) na formação da visão do mundo, também o acto poético, passa por sentir na pele quer do autor quer do leitor (duma forma claramente sexual) o sabor, o cheiro, a temperatura, a forma e a musicalidade das palavras que exprimem os mais profundos sentimentos e estados de alma.



como tal é da mais elementar justiça reconhecer a maternidade (tal como a paternidade) da obra nascida no fundo do ser, que sente, apreende, absorve e tem a capacidade de sofrer e jubilar, precisamente por não ser assexuado nem normalizado mas antes individualizado na metade da humanidade em que lhe coube em sorte nascer.

Ana Carolina Martins assumiu-se, ontem publicamente, pela 1ª vez como Poetisa.

Uma jovem Poetisa muito prometedora, acrescento eu.


112013

o mar enxuga a vista desmedida
como o manto quente
que me trazes quando estou triste

pergunto-te se ficas

a primeira resposta é vaga
mas acabas por dizer que ficas seis meses à experiência

concordo

mas não ficas.














Ana Carolina Martins  
Uykusuz Venϋs