Foxygen
Sam France e Jonathan Rado são a dupla por trás dos Foxygen,
um projeto californiano, natural de Weslake Village, nos arredoresde Los Angeles, USA, apaixonados pela sonoridade pop e psicadélica dos 60's e 70's
Na estreia, com Take the Kids Off Broadway, (disco gravado em 2011, mas apenas editado no ano seguinte) os Foxygen procuraram a simbiose de sonoridades que devem muito a nomes tão fundamentais como David Bowie, The Kinks, Velvet Underground, The Beatles e Rolling Stones.
Agora, com uma melhor produção e maior coesão, o sucessor, We Are The 21st Century Ambassadors of Peace & Magic, disco produzido por Richard Swift e lançado no início deste ano com o selo Jagjaguwar,
traz o mesmo horizonte vasto de referências e as inspirações da estreia, mas trabalhadas de forma ainda mais abrangente e eficaz.
MARAVILHOSO DISCO
A audição de We Are The 21st Century Ambassadors of Peace & Magic, impressiona desde logo por em apenas nove músicas e pouco mais de trinta e seis minutos abarcar uma vasta rede de influências sonoras que, em comparação com a estreia, também abrangem agora a folk e o rock dos anos setenta, indo muito ao encontro do que actualmente faz um cruzamento dos compatriotas MGMT e The Black Keys com os australianos Tame Impala e os Unknown Mortal Orchestra.
In The Darkness abre o álbum e recorda logo, em apenas dois minutos e com o piano e a percussão, os The Beatles da fase Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band e mostra também as características camaleónicas dos voz de Sam e os seus belos agudos, às vezes sintetizados. Em apenas dois minutos, a canção traz a sonoridade psicadélica dos 60's que estará presente em grande parte do disco.
De seguida, No Destruction, (é a minha favorita)
mantém a toada revivalista, com um travo folk, numa canção que funde Bob Dylan e Stones e fala do amor e de alguns absurdos que às vezes estão implícitos a esse sentimento.
On Blue Mountain é a canção que melhor mostra as diversas mudanças que o grupo consegue criar dentro da mesma composição. A introdução de quase um minuto tem um tom sexy, acompanhado de um órgão e uma percussão muito subtil. Quando o baixo pulsante entra, a canção começa a tomar um rumo mais rock e sensual, atingindo o auge numa aceleração estilo The Black Keys, que é novamente interrompida pela toada anterior, uma espécie de coito interrompido mas que não impede o regresso aos preliminares.
San Francisco