domingo, 8 de agosto de 2010

O Raio Verde

Em certos Por do Sol, quando não há nuvens e se consegue ter uma vista nítida da linha do horizonte a Oeste, talvez consiga ver um estranho, raro e inspirador efeito "pirotécnico".

No preciso momento que a ultima porção do arco superior do disco solar toca a linha do horizonte, os comprimentos de onda mais longos da luz solar, os Vermelhos, já se "puseram" e a maioria dos comprimentos de onda da luz, os Laranjas e os Amarelos são absorvidos pela atmosfera.
Se também acontecer que haja camadas invertidas de ar morno e frio por cima suficientes para produzirem alguma turbulência, isso irá dispersar para cima os comprimentos de onda mais curtos da luz, os Azuis, Índigo e Violeta, ficando somente o comprimento de onda VERDE.


Produzindo um vivo e deslumbrante Flash de luz verde.


Pestaneje e perdê-lo-á
Veja-o e sentir-se-á inspirado e transformado.







"À beira-mar, quando o sol cai no poente 

(como um gladiador ensanguentado 

que tomba envolto no reflexo ardente 

de um velário de púrpura e brocado) 

emite um raio verde, - adeus alado, 

lucilação final de um fogo ingente. 

Sombras depois... E enfim, no céu magoado 

abre seu pálio a Noite, lentamente... 

Este livrinho - em pôr-do-sol tristonho, 

sem o doirado rosicler da Esp'rança 

nem a bruma eucarística do Sonho - 

e o RAIO VERDE que o meu estro lança 

- pequenina esmeralda que eu deponho 

nas pequeninas mãos de uma criança..."

O Raio Verde, Campo Monteiro

(-últimos versos-) 1933